sábado, 15 de dezembro de 2012

meu pai

Hoje resolvi falar sobre meu pai. Meu pai era uma pessoa sossegada, de bem com a vida, e muito
brincalhão. Ele fazia piadinha de tudo, e fazia amizades muito facilmente. Era um pai extremamente amoroso e preocupado comigo. Lembro que uns dias antes de falecer, ele comentou com a minha mãe, que se eu me casasse, ele morreria. Naquela época eu estava namorando. Mas desde que me entendo por gente, eu amava muito meu pai. Pequenininha, aos 03 ou 04 anos, eu já me preocupava com ele se estivesse demorando para chegar em casa. Certa vez, choveu muito, e ele demorou muito pra chegar. Eu entrei em desespero, e não saia da janela, até que ele chegou. Éramos muito amigos, gostávassamos de assistir juntos a programas de humor da época: A praça da alegria, Família Trapo, Hotel do sossego. Minha mãe tinha um certo ciúme, e achava que eu gostava mais dele. Meu pai me levava ao cinema para ver desenho animado aos domingos pela manhã; Era uma diversão garantida. Ele, realmente era bem sossegado. Minha mãe dizia que ele não se preocupava com o dia de amanhã. E era verdade, ele vivia o agora. E vivia bem, sorrindo sempre. Como disse, eles alugavam os quartos da casa para ajudar nas despesas, e muitas pessoas esquisitas passaram por lá. Certa vez, duas senhoras alugaram o quarto, e viviam com a porta fechada, e com panos nos vidros para que ninguem as visse. Uma delas sempre usava um vestido azul, com grandes bolas brancas. Um belo dia elas mudaram sem pagar o aluguel. Meu pai, depois que ficou desempregado, fazia uns bicos como encanador, e foi fazer um serviço numa pensão perto de casa. Chegando lá, ele avistou o vestido azul com grandes bolas brancas em uma senhora escondida atrás de uma bacia. Ele, então, não se acanhou e disse: "Olá, D.Ester, como vai a senhora?" A mulher ficou super sem graça. Desde então, quando ele se referia à D.Ester, ele dizia : " O Bacião". Ele adorava colocar apelido em todo mundo.Tinha um velhinho que morava no quartinho dos fundos, e vivia recebendo muitas cartas de banco. Meu pai achou que ele tinha muito dinheiro, e o apelidou de Chico Rico. Só posso dizer que a vida ao lado do meu pai, era muito divertida! Só que ele não costumava ir ao médico, e quando eu tinha uns vinte anos ele começou a sentir dores no peito, e não fazia nada a respeito. Dizia que era coceira. No dia 14 de setembro de 1981, eu ja estava trabalhando, ele passou no banco, e foi falar comigo. Disse que não estava muito bem, que tinha passado na farmácia, e comprado remédio para estafa. Eu fiquei assustada e disse, pai , vá pra casa descansar. Ele, que estava trabalhando para uma imobiliária, disse que precisaria ir para lá, e depois ia pra casa. Então, ele me estendeu a mão. Achei aquilo estranho, pra que dar a mão a quem mora junto com você, e você vê toda hora? Fiquei a tarde toda chateada com o coração muito apertado. Isso aconteceu por volta das 13 horas, e às 16 horas, recebi um telefonema do  hospital, dizendo que meu pai estava internado. Fiquei desesperada! Nesta época eu namorava, e  meu namorado chegou no banco para me buscar, pedi a ele para ligar para o hospital. Aí disseram, que meu pai havia falecido. Foi o pior dia da minha vida.

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