terça-feira, 11 de dezembro de 2012

52 anos de história

Eu nasci no ano de 1960, e sou filha de uma baiana, dona Ana Candida e de um descendente de libaneses, o Sr. João Kassab. Nasci no bairro do Pari, mais precisamente na Rua Camomil, 247.
Meus pais ja tinham mais de 37 anos quando eu nasci, e eu tive uma infancia muito feliz. Meu pai era super brincalhão e sossegado, fazia amizades com todos facilmente, e minha mãe era mais brava, às vezes muito nervosa. Mas a vida deles foi muito diferente. Meu pai teve uma vida humilde, mas nunca passou fome, viveu no interior até a adolescencia,enfim, sem muitos problemas. Minha mãe já teve uma vida muito difícil, de muita pobreza, e perdeu seu pai com apenas seis anos. Ela sofreu bastante, e era talvez por isso mesmo, uma pessoa mais difícil.Mas eu amava os dois. Lembro-me de quando eu era pequena perguntavam pra mim: De quem você gosta mais? do papai ou da mamãe? e eu dizia: dos dois igual. E era mesmo. Era uma amor muito grande. Naquela época, meu pai trabalhava na Rua 25 de março, e ia todos os dias de bicicleta! (parece coisa de hoje em dia, que está na moda!). Ele adorava andar de bicicleta e me levava para passear com uma almofadinha no cano da bicicleta. Minha mãe costurava em casa, além de fazer todo o serviço da casa. Eles também alugavam os quartos da casa, para ajudar nas despesas, e desta forma passaram vários personagens engraçados pela minha vida. Quando eu tinha uns cinco anos, eu estava louca pra entrar na escola, mas naquela época a gente só entrava com sete anos, mas mesmo assim, quando completei 06 anos minha mãe, ja me matriculou na primeira série do Colégio Santo Antonio. O primeiro dia de aula foi um dos mais felizes da minha vida. Eu entraria às 13 horas, mas às 09 da manhã, eu já estava pronta, de uniforme, na calçada, querendo que todos vissem que eu iria para a escola. Na rua Camomil, os vizinhos, costumavam colocar as cadeiras na calçada e conversarem. Parecia cidadezinha do interior.Eu adorava brincar na rua, de pega-pega, esconde-esconde, barra manteiga, pular amarelinha, pular corda,etc. Tinha muitas amiguinhas.
Enfim, minha vida era bem gostosa. Assistia desenhos, e desde criança já adorava assistir novelas. Houve dois episódios na minha infância, que não posso deixar de contar. Quando eu tinha uns 04 anos, eu queria que minha mãe costurasse umas roupinhas de boneca para mim. Ela estava muito ocupada, na sua máquina de costura, e pediu que eu esperasse. Mas, eu insisti e disse, costura logo! e fui com tudo pra cima da máquina, e enfiei o dedo na agulha da máquina que ficou espetada no osso do meu dedo médio. Foi uma correria, taxi, hospital, cirurgia! quase perdi meu dedo! Outra coisa, foi que eu tinha um cabelo enorme, e tinha muita vontade de cortar. Minha mãe não deixava, e um dia peguei uma tesoura e pedi pra uma amiga minha cortar. Ela cortou e estragou meu cabelo. Minha mãe ficou muito brava e me deu uma surra! (A primeira e única surra da minha vida)!   Mas,lembro da minha infância no bairro do Pari, com muita saudade. Aliás, quem conhece há de concordar: O Pari é maravilhoso, tem tudo perto ( isso desde os anos 60), escola, mercado, farmácia, etc. E as calçadas são largas e retas, você pode até andar de bicicleta sobre elas, e era o que eu fazia desde quando aprendi a andar aos 11 anos! Tive vários amiguinhos na infância: A Adilze, que apareceu na minha casa aos 03 anos, e disse, : "vim brincar". A avó dela era minha vizinha, e a levou até a porta da minha casa. Ela foi minha primeira amiga. Depois vieram a Celhona, a Leila, e a Marli que era uma das minhas melhores amigas. Até hoje eu ainda falo com ela, de vez em quando. Eu sei que os anos 60 foram agitados, mas eu era apenas uma criança, e meus pais pessoas muito simples. Eles só diziam que havia bagunça de estudantes no centro,e eu não entendia nada. Como eu ja disse, eu estudava numa escola religiosa, e como eu era a menor da classe, e usava duas tranças enormes, as meninas gostavam de brincar comigo e apertar minhas bochechas. Um dia, o padre diretor viu, e perguntou se eu não tinha vergonha na cara(!?) como assim?? nem parece que isso aconteceu há menos de 50 anos....Em 1970, meu pai ficou desempregado porque a loja que ele trabalhava faliu, então eu tive que ir para uma escola estadual; Ela era diferente da outra, mas não era tão ruim como é hoje. Até que era bem cuidada, com bons professores. Eu estranhei um pouco, mas continuei sendo uma boa aluna. Eu sempre adorei música, e lembro das épocas através das músicas, principalmente do Roberto Carlos, meu ídolo. Eu gostava tambem de assistir o seriado "Os Monkees". No início da minha adolescencia, eu fui percebendo como eu era tímida, e isso me fazia sofrer, porque eu tinha muita dificuldade para fazer amizades.Eu tinha umas amigas na escola, e algumas na rua, mas era difícil pra mim paquerar um menino, por exemplo. Quando eu fiz 12 anos eu entrei para a Congregação Mariana do Pari, onde os jovens se reuniam. Minhas amigas Cecilia e Inês também foram e logo se enturmaram, eu continuava me achando uma estranha no ninho.Elas logo arrumaram namorados e outras amigas, e eu....nada. Então aos 14 anos eu resolvi sair de lá. Durante todo este tempo, não posso deixar de lembrar da minha família. Eu sou filha única, mas tenho muitos tios e primos que fizeram parte de vários momentos felizes da minha vida! Nas férias escolares, sempre ia uma prima minha em casa, pra gente brincar, eu adorava! Tem a Elza, que é como uma irmã para mim até hoje: alegre, simpática, prestativa, tudo de bom! só é um pouco confusa às vezes, porque costuma marcar vários compromisso para o mesmo dia, mas eu já me acostumei com isso! quantas confusões por causa disso houve na nossa juventude, mas depois de tantos anos continuamos super amigas, e até comadres! A Ester que é a alegria em pessoa, está sempre rindo, e rimos muitas vezes juntas! A Astrid, hoje uma psicóloga competentíssima que já foi uma criança levada, e mesmo sendo mais jovem do que eu 04 anos, eu tinha medo dela quando criança! Tem a Siusi,artista talentosa, o Mauro, meu primo e padrinho de casamento, o Luis, o Walter, que foi assassinado numa emboscada em 1985, antes que se ouvisse falar em PCC (era policial civil), o Alexandre, fã do Michael Jackson, como eu e agora meu colega de empresa. A Roseli, prima de segundo grau, que muitas vezes passou férias comigo, na infância, adolescência, e linda como sempre roubava sempre as atenções dos rapazes. E os meus primos por parte de pai, que gosto muito, apesar de não ter convivido tanto com eles assim, mas hoje em dia a gente se ve de vez em quando e é muito bom. Minhas tias queridas Helena, Tile e Ivete que nunca se esqueciam do meu aniversário, e sempre faziam deste dia, um dia muito especial. Minha tia Anita, inesquecível que me proporcionou minha única viagem internacional até hoje para Miami, e muitas outras coisas!
A a Tia Laura, que está com 91 anos, mas que sempre foi a mais presente durante todos estes anos, em Natais, férias, aniversários e no dia a dia. Meus tios Sebastião, meu tio Jamil, Aloísio, meu padrinho Pedro, Tio Sibo, enfim, pessoas presentes na minha vida. Tomara que eu não tenha esquecido de ninguém!

3 comentários:

  1. Que gostoso ler esse seu texto, parece que voltei no tempo, no tempo em que morávamos no Pari, onde a vida era diferente do que é hoje, e só pensávamos em brincar, estudar, fazer amizades. Que saudade me deu de tudo aquilo.
    Sua descrição foi perfeita, você captou bem o espírito daquela época e agradeço por você ter me citado.
    Lembro-me bem do dia em que passei em frente a sua casa, a caminho da escola e sua mãe me vendo de uniforme perguntou se eu não poderia ir com você. Começava ali uma amizade gostosa, de tantas brincadeiras, de clubinho, de Monkees, Roberto Carlos e Jackson Five. Muito bom tudo aquilo.
    A Congregação foi um marco importante na minha vida, pena que você não encontrou seu lugar lá. Nos separamos, mas saiba que sempre a tive em um lugar especial no meu coração. Passei com você um dos melhores momentos da minha adolescência e isso jamais vou esquecer.
    Beijos e continue escrevendo.

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    1. Que bom que vc gostou! vou ver se deixo a preguiça de lado e escrevo sempre. Engraçado não me lembro deste fato com a minha mãe...Achei que tínhamos nos conhecido na classe. Mas, se vc lembra, que bom saber disso. Tenho na minha memória muitas cenas nossas, indo pra escola, voltando em meio a brincadeiras, risadas, paixonites, etc. Tempo maravilhoso. Um grande beijo pra vc.

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  2. NEM VOU CONTAR PRO SEBASTIAN SENAO ELE CHORA, EU JA TO CHORANDO, SUA FOFA

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