O começo da adolescência

 Aos 13 anos, eu fiz uma inscrição para Bi aprender mais sobre flauta na Universidade Livre de Música, que é uma excelente escola de música. Fomos nós duas (ainda duas) para fazer o teste lá perto da Luz. Entretanto, quando chegamos, vi que eu tinha feito a inscrição na prova errada. Era para quem já sabia muito e ela só sabia o básico. Então ,ela ficou muito furiosa comigo e foi mal criada e eu fiquei sem jeito e envergonhada. Então, voltamos para casa. Nesta época ela foi estudar num colégio particular para terminar o primeiro grau. Neste colégio, ela fez amizade apenas com alguns meninos, nenhuma menina. Então, terminou, teve até uma festinha de formatura, ela se arrumou, ficou linda com um vestido azul e tirou a sobrancelha e fez escova. Uma princesa.  Depois disso, foi para o segundo grau. Matriculei Bi numa escola pública próxima do meu trabalho, assim voltaríamos para casa juntas. Mas, algo ia mudar o rumo das coisas. Nesta época, eu estava ajudando a Veri a conseguir um emprego e ficava procurando concursos para ela fazer. Então eu vi um que ia ter na Sabesp para jovem aprendiz e não servia mais para a Veri pois ela já estava na faculdade e era para quem estava no colégio. Avisei algumas pessoas e perguntei para Bi se ela queria, e ela gostou da idéia. Depois pensei que ela não deveria ter ido, pois só tinha 14 anos, mas Bi fez a prova e passou. Foi bem na época que o PCC estava assustando a população de São Paulo e no meio daquele inferno, meu marido levou Bi para se apresentar no RH da Sabesp, e ela teve que estudar à noite e trabalhar o dia todo. Outro erro. Uma pessoa de 14 anos estudando à noite. Entretanto, ela adorou estudar à noite, pois se sentia muito inteligente, todo mundo pedia ajuda nas lições para ela. Passados quatro meses de trabalho, ela não quis mais. Sem me dizer nada, pediu as contas. Ela ganhava um salário mínimo, tickets e tinha convênio médico.  Só que não queria voltar a estudar à tarde. Eu disse, pra que estudar à noite se vc não está trabalhando? Aí, com muito custo voltou a estudar à tarde. Só que ela já estava dando sinal de rebeldia. Um dia eu estava indo almoçar e a vi na porta da escola. Já tinham dado o sinal e ela não entrou. Eu fui lá e disse, entra, por que está aqui fora? O portão estava fechado e eu fui lá e pedi para abrir, que ela se atrasou porque morava longe, e o ônibus não passou, etc; Ai, ela entrou. Contra a vontade, mas entrou..