Ouvindo a trilha sonora da novela "Uma rosa com amor" de 1973, lembrei da minha infância. Hoje de manhã, estava assistindo uma entrevista do Pedro Cardoso e ele dizia que não se lembrava de sua infância. Eu lembro de muita coisa, e a música me ajuda a lembrar mais ainda. Nesta época, da novela, eu estava no final da minha infância, com 12 anos, e acompanhava a novela com muito interesse, já era uma pré adolescente muito romântica. Apaixonada pelo menino que trabalhava numa metalúrgica em frente a minha casa, o "Fumacinha". Eu e minhas amigas : Cecília, Inês, Marli, Heloisa, e mais alguém que não lembro agora, brincávamos todos os dias durante as férias, em frente minha casa, Bicicleta, bola, paqueras com os meninos do comércio, gravador, corre-corre. Todas românticas e apaixonadas por alguém. A música desta novela que mais me marcou foi : You are the sunshine of my life" com o Steve Wonder.  Quando começaram as aulas, eu me apaixonei por um menino chamado Miguel que era muito parecido com o Fumacinha. Que volúvel!! Tenho muitas lembranças da minha infância, desde os três anos de idade, quando meu pai me levava para passear de bicicleta. Ele colocava uma almofada sobre o cano e eu ia sentadinha ali. Lembro de uma tarde, eu acordei e procurei minha mãe. Não encontrei! Ela me deixou dormindo e saiu. Me desesperei, chorei, corri na casa da vizinha, toda molhada de xixi. Minha mãe disse que eu dormia muito à tarde, por isso achou que se saísse, eu nem perceberia....
      Deu vontade de escrever sobre a infância hoje. Mas os tempos andam bem difíceis. O Brasil está dividido. Ano passado elegeram para presidente uma pessoa nada competente, extrema direita, a favor de armas, preconceituoso, machista, que odeia tudo que seja diferente do que ele acha certo. Parece que agora o Brasil só está andando para trás, e muita gente apoiando, coisa horrível. Deixei até de assistir jornal, porque é só notícia ruim. Bandidagem, retrocesso em tudo. E a gente nem pode dar opinião, porque já é ofendido. Fico quieta, na minha, não posto mais nada. Queria ser mais alienada, nem pensar nisso, mas é difícil...